Quando tudo der errado, vire à direita e corra durante sessenta segundos; vá pela rua. Em seguida, encontre a casa com o cachorro mais barulhento; caminhe até encontrar esse cachorro. Aproxime-se das grades que separam você do animal e abaixe à altura da boca canina. É ardido o latido? Porque eu preciso de um cachorro feroz, com latido ardido, que doa. Coloque na testa uma das mãos, agachado, e ouça, sentindo a febre aumentar. Eles vão achar que você é louco. Transeuntes, vizinhos e pessoas dentro de carros. Mas você é louco? Absorva aquela raiva; estoure os tímpanos. Estonteie-se, deixa entrar profundamente em sua cabeça. Levante, ofereça o seu adeus ao cão, e corra outros sessenta segundos. Espero que esteja sol aí, bastante sol. E quente. Agora você vai virar na primeira à esquerda. Eu preciso que você encontre o pé de fruta mais carregado; e sinto que se você virar à esquerda, como indicado, encontrará um, e tente pegar uma fruta; se for tangerina pegue duas, e faça do jeito mais fácil, não vá se machucar. Não agora. Tem muro? E é alto?! Você está no caminho, não desista. Bata palma e peça uma fruta. É importantíssimo você bater a palma e pedir. Você não quer ser preso justo agora que as coisas já estão tão ruins. O ditado não mente, podemos piorar. Tudo bem. Coma uma fruta e no primeiro ponto em que tiver passageiro esperando, presenteie o mais velho. Ou o mais novo. Agora você está livre para fazer o seu caminho de volta e ir embora, ou ao bar, ou. Faça o que quiser, comece do zero. Pode até mesmo correr mais sessenta segundos. Nada tem sentido quando buscamos por sentido. Quando sentimos, sentimos apenas. A busca é dentro, nunca fora. Fora estão os carros, as bicicletas, os aviões; está o dentista, o mecânico, o motorista. Dentro, Deus. Dentro, a iluminação. Quando tudo der errado, e vai dar errado, vire à direita e corra sessenta segundos, sempre pela rua, encontre a casa com o cachorro e ouça. Ouça. Pelo amor de Deus ouça! Algo quer muito que você não perca o foco.